Há na internet um site muito interessante que trata de diversos assuntos jurídicos (www.bancodepetições.com). Em um dos artigos, há dicas bem bacanas para se elaborar petições. A primeira parte, com o título "Formatando petições I", tem o seguinte conteúdo:
A prática forence nos leva a observar e obedecer 
aspectos muito importantes na hora de elaborar uma petição, fazendo com 
que facilitemos o trabalho de quem proferirá decisões, baseando-se 
nelas. As petições devem sempre ter uma aparencia limpa, organizada, com
 idéias concisas e acima de tudo bem fundamentadas, evitando também que 
sejam demasiadamente longas.
As vezes pode nos parecer que não seja tão importante
 assim, mas, uma petição mal elaborada, tanto na questão do português 
quanto na questão  da fundamentação já prejudicam bastante, mas uma 
petição que estava formatada também pode dificultar e muito a leitura e o
 entendimento, ainda mais que, como muitos dizem por aí mesmo, que juiz é
 preguiçoso e não lê a petição, imagina só quando ele estiver diante de 
uma petição mal formulada, mal escrita, mal formatada, contribuindo 
ainda mais para que a leitura se torme completamente enfadonha.
Então, não vamos nos alongar muito em explicações e 
vamos manter o foco em nosso objetivo, evitando assim que nosso artigo 
acabe se tornando enfadonho também… rsrs
Deve-se, preferencialmente usar o tradicional sulfite branco, tamanho A4.
Antes adotavamos os seguintes procedimentos:
Layout da página
 – margem esquerda bem espaçosa (4,0 cm), para que, depois de anexada 
aos autos do processo, seja facilmente manuseada. Na margem direita, 
usamos 2,0 cm; para cabeçalho e rodapé 2,0 cm para cada um.
Fonte da letra - durante muito tempo usamos Times New Roman,
 que, acreditamos, seja a mais utilizada nas petições; mas, apesar de 
realmente bonita, possui alguns inconvenientes: é de difícil leitura por
 ser pequena e com muitos detalhes, pelo que, aliás, exige muito da 
impressora; gasta uma barbaridade de tinta, seja a jato, seja a laser. Utilizamos Courier New, tamanho 12, porque, além de simples e fácil de ler (não apresenta traços desenhados como a Times), possui razoável espaço entre as letras e é muito econômica na impressão.
Parágrafos – sempre numerados porque
 facilita a citação – usamos seis linhas no máximo e três no mínimo 
(claro que isso não é amarra, há exceções). Sem exagerar na quantidade 
de parágrafos por página, utilizamos espaço padronizado entre eles. Não 
abusamos dos formatos; negrito para títulos e subtítulos, itálico para 
citações, e só. Temos diminuído a utilização de negrito porque cansa a 
leitura, mas, é essencial para chamar a atenção para algum tema 
específico. É interessante se usado com parcimônia.
Espaço entre linhas - para parágrafos normais, 1,5 cm; para citações de jurisprudência, espaço simples.
Hoje em dia, a partir de entrevista da Ministra do 
Supremo Tribunal Federal, Exma. Sra. Dra. Hellen Grace, concedida à OAB,
 que comentou sobre a importância da formatação padronizada na petição, e
 que facilitaria muito o trabalho do juiz.
Dizia a Ministra, por exemplo, sobre a necessidade de
 se formatar a margem esquerda da petição, com 3,5 ou 4,0 cm, o que 
propiciaria melhor manuseio dos autos do processo. Realmente, se a 
margem esquerda possui, digamos, 2,0 cm, para um processo de 200, 300 
laudas ou mais, torna-se muito difícil o manuseio.
No que se refere às margens superior, inferior e 
direita, a formatação adequada também pode facilitar não só a leitura, 
mas, também, a impressão, especialmente no que se refere ao rodapé, 
porque, ao menos, aqui, em São Paulo-SP, enviando petições via internet
 à Justiça do Trabalho, a própria Secretaria (cartório) imprime-as e o 
protocolo é lançado no rodapé; se a petição tiver rodapé com tamanho 
reduzido, o protocolo é “cortado”.
Para se ter ideia da importância da formatação da 
petição, basta ver o posicionamento do TRT da 2º Região, em São 
Paulo-SP, que, sobre o tema, editou o PROVIMENTO GP/CR Nº 13/2006:
“Art. 329. As petições e os documentos deverão ser 
apresentados seguindo as disposições a seguir, para maior presteza dos 
serviços, em benefício do próprio interessado:
I – Petições:
a) papel tamanho A4, sem a utilização do verso;
b) texto grafado, preferencialmente, com fonte “Courier new”, tamanho 12;
c) a disposição do texto deverá conservar margem 
esquerda de, no mínimo, 4 (quatro) centímetros, para possibilitar sua 
leitura na formação dos autos, e margem direita de 2 (dois) centímetros.
 Na primeira página do petitório, o espaço superior entre o 
endereçamento e o início do texto deverá ser de 10 (dez) centímetros, no
 mínimo, para possibilitar a chancela de protocolo e o despacho;
d) perfurados (dois furos – padrão).
II – Documentos:
a) numerados seqüencialmente no seu centro superior (exs.: Doc. 1 – fl. 1/1; Doc. 2 – fl. 1/2; Doc. 2 – fl. 2/2);
b) dispostos em ordem lógica e os semelhantes, em ordem cronológica;
c) quando com duas faces, afixados de modo a viabilizar a leitura de ambas;
d) quando instruírem o pedido, apresentados, por segurança, em cópias;
e) afixados em folha tamanho A4, quando necessário, 
que servirá como suporte para até 6 (seis) documentos, e sobrepostos de 
modo que permaneçam com, aproximadamente, uma terça parte visível. A 
quantidade de documentos anexados deverá ser indicada na parte central 
inferior da referida folha.
III – Petições iniciais e documentos que a acompanham (documentos tamanho A4 e folha suporte tamanho A4 de documentos):
a) numerados seqüencialmente a partir de fls. 3, no canto superior direito;
b) perfurados (dois furos – padrão).
IV – Petições de Agravo de Instrumento e de formação de Carta de Sentença e respectivas peças:
a) numeradas seqüencialmente a partir de fls. 2, no canto superior direito;
b) perfuradas (dois furos – padrão).”
Desta forma é fácil perceber que , esse tipo de 
cuidado facilita muito a vida de quem vai ler a petição. A Justiça do 
Trabalho – e não é de hoje – anda abarrotada de processos, de modo que 
se pudermos facilitar leitura de nossos pedidos, facilitaremos o 
trabalho de quem vai julgar, o que, para os interessados (nós mesmos), 
poderá trazer resultados positivos.
Não é necessário dizer, mas, não custa: não adianta, 
claro, deixar a petição com formatação bonita, alinhada e tudo o mais, 
se não estiver bem fundamentada. 99% da petição é fundamentação. 
Contudo, quem julga – ainda – é o ser humano, portanto, “o 1%” pode 
fazer a diferença.
* Na próxima postagem a parte II
Fonte: http://www.bancodepeticoes.com/?p=22566. Acesso em 28 fev 2012 
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